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Maria da Penha fala sobre a evolução da luta pelo fim da violência contra a mulher

Dados do 5º Relatório Nacional de Acompanhamento dos ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio)mostram que, entre 2010 e 2012, os relatos de violência física representaram mais de 55% dos atendimentos realizados pelo Ligue 180, a Central de Atendimento à Mulher, criado em 2006 pelo governo brasileiro. Os relatos de violência psicológica (27,6%) e violência moral (11,7%) vêm na sequência, também entre os casos mais comuns reportados.
Apesar de não revelarem o panorama completo da situação da violência contra a mulher no país, esses números reforçam a importância de desenvolvermos campanhas de esclarecimento e de mobilização para combater estes e outros tipos de violência.
Pensando na importância dessa luta, a campanha das Nações Unidas O Valente não é Violento tem como objetivo contribuir para a erradicação da desigualdade de gênero, da discriminação sofrida pela mulheres e, consequentemente, da violência exercida contra elas.

Números da violência contra a mulher no Brasil:
- 42,66% das violências denunciadas ocorrem diariamente
- 80,26% das violências denunciadas ocorrem pelos parceiros
- A cada 100 mil mulheres brasileiras, quatro são assassinadas
O Brasil é o sétimo país com maior índice de homicídios femininos

Maria da Penha
Durante uma visita que fez à Casa da ONU em 2013, a brasileira Maria da Penha falou ao PNUD sobre a evolução da luta pelo fim da violência contra as mulheres no Brasil.
Maria da Penha Maia Fernandes sofreu duas tentativas de assassinato pelo marido e lutou para que seu agressor fosse condenado. A Lei Maria da Penha, intitulada em sua homenagem, foi sancionada em 2006 e reconhece a gravidade dos casos de violência doméstica, retirando dos juizados especiais criminais – que julgam crimes de menor potencial ofensivo – a competência para julgá-los.
“É preciso trabalhar em prol de uma mudança nessa cultura machista da sociedade, que está envolvida em todas as camadas sociais. Está presente nas instituições públicas e privadas, inclusive naquelas que têm por finalidade fazer justiça”, disse Maria da Penha.
Hoje um dos ícones desta causa, a ativista participa de movimentos de defesa dos direitos das mulheres e ressalta que, embora exista uma maior conscientização sobre o assunto atualmente, ainda há muito para se avançar. “Infelizmente, as denúncias ainda não aumentaram o suficiente para mostrar que essa realidade é muito mais presente do que se pensa”, ressaltou.
“A ONU possui um papel muito importante na mudança dessa cultura, porque o seu peso internacional interfere positivamente nas ações em prol de mais igualdade e mais justiça”, completou.

Assista na íntegra a entrevista que o PNUD realizou com Maria da Penha:


Notícia retirada do site:      http://www.ovalentenaoeviolento.org.br/Artigo/93/O-Valente-nao-eh-Violento-Maria-da-Penha-fala-sobre-a-evolucao-da-luta-pelo-fim-da-violencia-contra-a-mulher

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