Infelizmente,
a violência contra as mulheres, incluindo as meninas, constitui uma das
violações dos direitos humanos mais praticadas no mundo. Parece que não bastou
a revolução feminina ter marcado o século passado. A violência contra as
mulheres continua, e com índices alarmantes. Apesar da entrada da mulher no
mercado de trabalho, da descoberta dos métodos contraceptivos, enfim, de todas
as lutas emancipatórias, a falta de igualdade entre homens e mulheres, por
incrível que pareça, ainda é bastante presente na Europa.
Segundo
estatísticas do Conselho da Europa, no ano passado, 121 mulheres foram
assassinadas por seus companheiros na França, 134 na Itália, 143 na
Grã-Bretanha, e pelo menos 214 na Turquia. O que os países signatários dessa
Convenção se comprometeram foi passar a considerar como delitos ou crimes esses
atos de violência e processar os acusados criminalmente. Esses governos também
deram garantias de criar estruturas que acolham e forneçam ajuda material e
psicológica às mulheres maltratadas. Um grupo independente de especialistas
será criado para acompanhar de que maneira os países estão cumprindo essas
normas.
Países
que assinaram a Convenção
É
bom lembrar que o Conselho da Europa é uma organização internacional, sediada
em Estrasburgo, na França, que defende os direitos humanos e a democracia no
continente. Ele foi criado logo após a Segunda Guerra Mundial e hoje é
constituído por 47 países, 28 dos quais fazem parte da União Europeia.
Essa
nova Convenção de Combate à Violência contra as Mulheres já foi ratificada por
14 países, outros 22 assinaram e estão a caminho da ratificação. Esses governos
terão que modificar as legislações nacionais com as alterações necessárias para
que estes crimes sejam julgados. Onze países ainda não se posicionaram sobre a
questão.
Silêncio
fatal
Segundo
as Nações Unidas, uma em cada três mulheres no mundo são ou serão vítimas de
violência. E muitas dessas vítimas têm medo ou sentem vergonha de buscar ajuda.
Os dados do Conselho da Europa demonstram que, a cada dia, doze mulheres morrem
de maus tratos e violência no continente europeu.
A
principal causa das mortes é a violência doméstica, que inclui agressão física,
abuso sexual, violação, além das ameaças. O pior nessa guerra dos sexos é o
pacto de silêncio entre agressor e agredida. Nos episódios mais trágicos, essas
vítimas silenciosas pagam com suas próprias vidas.
A
violência doméstica representa 28% dos homicídios voluntários na Europa.
Segundo a Convenção que entra em vigor a partir desta sexta-feira, religião,
tradições ou conceitos como a honra não podem servir como desculpa para nenhum
tipo de violência.
Notícia retirada do site: http://www.portugues.rfi.fr/europa/20140801-europa-da-passo-importante-no-combate-violencia-contra-mulheres
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