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Unioeste lança apoio jurídico e educativo para mulheres em Francisco Beltrão





A Unioeste lançou um novo projeto de Apoio Jurídico e Educativo para Mulheres de Francisco Beltrão, que tem como objetivo geral promover a assistência jurídica e educativa às mulheres que sofrem violência dentro do lar. O projeto prevê uma abordagem interdisciplinar com ações da área de Direito e Educação. O trabalho será fundamentado na Lei Maria da Penha, que estabelece como violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual, psicológico e dano moral ou patrimonial, independentemente de seu status social.
Serão realizadas diversas ações como palestras em escolas, oficinas nos bairros, proposição de políticas públicas, encaminhamento jurídico para proteção dos direitos das mulheres, entre outros. As vítimas de violência que procurarem a instituição terão apoio de advogados, pedagogos, assistentes sociais, entre outros profissionais, para esclarecer dúvidas e resolver conflitos. As ações de extensão serão desenvolvidas em parceria com a Associação Beneficente Deus Menino.
A coordenadora do projeto, professora Sônia Maria dos Santos Marques, explica que a ideia desta iniciativa surgiu em outubro do ano passado, quando um militar do Exército matou a ex-mulher e cometeu suicídio no meio da rua, na região central da cidade. "Algumas pessoas começaram perguntar: mas o que será que a mulher fez para o homem? Muita gente questionava, como se fosse possível achar uma justificativa para um ato de extrema violência", frisa.
Num primeiro momento, recém-formados e acadêmicos da Unioeste estão aplicando questionários nos bairros para verificar se as mulheres conhecem a Lei Maria da Penha, se sabem o que é violência doméstica e se já sofreram algum tipo de violência. Na Unioeste, está sendo montada uma sala de atendimento jurídico e nos bairros serão promovidos cursos de estética, cidadania e direitos humanos, narrativas e memórias, conquista do espaço urbano e oficinas temáticas que serão realizadas prioritariamente nos bairros da Cidade Norte e Pe. Ulrico.
A professora do curso de Direito Adriana do Val Alves Taveira diz que o projeto também irá trabalhar com poder público e demais entidades a proposta de implantação de uma casa de acolhimento, para mulheres que são forçadas a deixar o lar, e uma Delegacia da Mulher. "Sabemos que uma das dificuldades enfrentadas pelas mulheres que tomam a decisão de romper com situações de abusos e violência doméstica é terem suporte jurídico e social. Além disso, é preciso que os órgãos públicos tenham a estrutura necessária para lidar com estas situações, por isso achamos importante a Delegacia da Mulher", frisa Adriana.
A advogada Jackeline Schneider, que também está à frente do projeto, diz que há uma barreira cultural muito forte para romper o silêncio das mulheres. "Nos questionários aplicados, percebemos que muitas mulheres só admitiam que tinham sofrido violência com muito constrangimento. Com o projeto, vamos divulgar o máximo possível os direitos das mulheres para romper com estes paradigmas."

 Texto retirado de: http://www.jornaldebeltrao.com.br 

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