O projeto consiste no apoio jurídico às mulheres que sofreram violência doméstica. Uma advogada contratada pela universidade presta assistência e orientação. A parte educativa prevê a realização de palestras, oficinas de bem-estar e autoestima, orientações de psicologia sobre relações familiares, roda de contação de história e atividades artesanais e outras que as mulheres solicitam. O atendimento prioritário é para as moradoras dos bairros Padre Ulrico e da Cidade Norte.
As atividades são custeadas pelo programa Universidade Sem Fronteiras, da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), e terão duração de um ano. Este projeto começou em junho de 2013 e, desde então, já foram promovidas palestras em escolas, no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e, por último, na Casa de Caridade.
Na oficina de quarta-feira, 54 mulheres do bairro participaram, algumas trouxeram os filhos. Foram promovidas oficinas de beleza e autoestima - maquiagem, corte de cabelo e massagem facial - e montagem de looks com roupas doadas pelas estudantes universitárias. Na próxima quarta-feira acontecerá a oficina de psicologia que abordará aspectos relacionados à família e a educação das crianças. A intenção é estabelecer uma relação para que mulheres passem a contar suas experiências pessoais.
A professora Adriana Doval Alves Taveira, do curso de Direito, destacou a importância das oficinas para as moradoras dos bairros. "Essas atividades de extensão são uma forma de trabalhar a educação no meio social; de certa forma, a universidade está entrando nesta questão (comunitária)", comentou.
Limitações e oportunidades
Nas atividades desenvolvidas ao longo do ano pelo projeto, Adriana diz que foram relatados casos de violência às mulheres e a dificuldade de acesso a oportunidades. "Tivemos alguns casos de violência doméstica. Um fator muito importante é que a gente percebe a carência no acesso à educação das pessoas de mais idade, também o acesso das pessoas que moram em lugares mais afastados a carência de acesso à cultura e educação". Ela relatou que no bairro Padre Ulrico há uma limitação aos moradores, porque os ônibus urbanos só funcionam até as 22 horas.
Sônia Marques, do curso de Pedagogia, argumenta que "muitas vezes a mulher sofre a violência e não sabe os caminhos (legais a seguir)".
Primeira vez
A presidente do Clube de Mães, Marli Krug, considerou gratificante a realização das oficinas e a presença das mulheres. "Teve o caso de uma mulher de 75 anos que foi a primeira vez na vida que ela teve um dia de beleza; então, é gratificante pegar mães carentes e proporcionar um dia assim".
Sueli dos Santos, 65, doméstica aproveitou para cortar os cabelos e saiu alegre com a atenção dispensada a ela por várias pessoas. Lina Pires Machado, do lar, fez a retirada de pelos do rosto e pegou um vestido. "Gostei, ta muito bonito", comentou, sobre sua nova roupa.
No final, foi servido um lanche para as participantes do encontro.
Texto retirado: http://www.jornaldebeltrao.com.br
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