Em uma das salas de uma casa
na região de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, um marceneiro, que faz
trabalhos artesanais em casa, um zelador, um porteiro, um motorista e fiscal de
uma empresa de ônibus se encontram pela segunda vez na vida.
Sentados em um círculo, eles
conversam por duas horas entre si e com o filósofo e sociólogo Sérgio Barbosa,
que media o encontro. Poderia ser apenas mais uma reunião entre amigos, mas não
é. O principal assunto é o preferido da maior parte dos homens: a mulher. Mas,
diferente de parte das conversas de bar, esses profissionais discutem o papel
da mulher e do homem na sociedade atual e tentam, ao longo das 16 sessões que
são obrigados a frequentar o grupo, discutir o tema até conseguirem descontruir
a ideia do machismo ainda presente neles e na sociedade.
Os quatro participantes
chegaram a sede da ONG Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde encaminhados pelo
Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra Mulher da Barra Funda após
terem se envolvido em violência dentro de casa. Um deles agrediu a enteada, o
outro a mulher e a enteada e os outros dois, as mulheres.
O tratamento é uma luz no
fim do túnel. O motorista, que vive o estresse do trânsito paulistano, contou
que ao deixar a primeira sessão, há duas semanas, sentiu-se tão aliviado que,
ao ter seu carro fechado, deixou o outro passar com uma tranquilidade que nunca
havia experimentado. “Em outro momento, teria ido pra cima”, contou.
Animados com os efeitos do
programa, os quatro participantes sugerem que o tratamento faça parte de um
programa preventivo do governo para orientar a população e, assim, evitar que as
contradições de uma cultura impregnada de machismo e autoritarismo se
transformem em casos de polícia.
Notícia adaptada do site: http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/sp/2014-04-23/ong-usa-filosofia-contra-violencia-domestica.html
Comentários
Postar um comentário