"A gravidez na adolescência registrou queda de 17% no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, no período de uma década. Em números absolutos, a redução foi de 661.290 nascidos vivos de mães entre 10 e 19 anos em 2004 para 546.529 em 2015. Em Francisco Beltrão, entre 2015 e 2016 houve um crescimento de 150% de grávidas de 10 a 14 anos (subiu de 2 para 7) e de 35,7% de grávidas com idade de 15 a 19 anos (de 157 para 213). Se considerar o primeiro quadrimestre deste ano, o número de adolescentes grávidas (10 a 14 anos) já teve um aumento de 85,7% (de 7 para 13), se comparar com todo o ano de 2016.
Segundo o Ministério, a queda no número de adolescentes grávidas no País está relacionada a vários fatores como expansão do programa Saúde da Família, que aproxima os adolescentes dos profissionais de saúde, mais acesso a métodos contraceptivos e ao programa Saúde na Escola que oferece informação de educação em saúde.
De acordo com dados da 8ª Regional de Saúde, nos municípios de abrangência, dos 4.736 nascidos vivos, 739 eram de mães com idade entre 10 e 19 anos, em 2016. A enfermeira Maria Isabel Cunha, da Seção de Redes de Atenção à Saúde, afirma que há políticas específicas que tratam da saúde reprodutiva de adolescentes no âmbito do Ministério da Saúde. São ações que ampliaram a oferta de métodos anticoncepcionais e tornaram o atendimento mais humanizado nessa faixa da população.
As crianças nascidas de mães adolescentes representaram 18% dos 3 milhões de nascidos vivos no País em 2015. No Paraná, 16,08% e na microrregião de Francisco Beltrão - 27 municípios - 15,6%. Isabel relata que neste ano, dentro do Programa de Pactuação de Metas e Diretrizes da Política Nacional de Saúde, foi incluído um indicador para apurar o índice de gravidez na adolescência. Todos os municípios terão que criar mecanismos para avaliar, implementar ações e trabalhar esse tema.
Se analisar a situação nacional, Maria Isabel informa que a gravidez na adolescência é sempre maior nas regiões mais pobres, privadas de educação, trabalho e saúde. Ela observa que a proporção de mortalidade materno-infantil também é mais alta entre as grávidas adolescentes, em muitos casos relacionados a abortos clandestinos. "Não é que não se queira, a ideia é evitar a gravidez onde o risco ocorra. Tem que assegurar que todas essas jovens tenham acesso ao serviço." Ademais, também existe a preocupação com doenças sexualmente transmissíveis."
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